sábado, março 18, 2006

QUEM QUER MANTER A ORDEM?

Todo mundo sabe que o mercado de quadrinhos de hoje não é mais o que era antigamente. O consumo caiu muito, não só aqui como em todos os pólos consumidores desta mídia. Certamente os mercados são modelados diferentemente, já que, se lá as revistas são separadas por estória/personagem, aqui o poder aquisitivo e público bem mais seleto força a existência de revistas aglutinando estes elementos segundo uma lógica qualquer e gostaria até de dizer que tal lógica preza a atenção ao consumidor e coerência entre personagens, mas na maioria das vezes parece-me conveniência comercial mesmo, o que gera aquela impressão que eu tinha quando comprava CD´s: compro um disco com 12 músicas por causa de 2 que eu gosto... as outras eu sou obrigado a adquirir.

O que temos então?

Revistas encalhadas, preços exorbitantes, completa submissão às vontades de editoras no que se refere a republicações, distribuição setorizada e, ato contínuo, redução de público alvo. Entramos na era da internet e, assim como o CD e os filmes, a indústria de quadrinhos também não percebeu que a revolução na relação fornecedor x consumidor foi muito além da oferta da possibilidade de compra online e disponibilização de previews (que gera o inequívoco backfire em outros países, onde o pessoal começa a se perguntar se devem mesmo esperar um ano ou mais para publicarem aquilo por suas bandas). Os novos mares da pirataria tornam-se um câncer para estas indústrias e tornam o controle dos downloads quase impossível. Eu mesmo resolvi que não dá para gastar 150 reais/mês com quadrinhos e restringi minhas compras a sagas/arcos especiais e encadernados. Com isto, a matemática simples me diz que, se os preços continuam aumentando e as pessoas baixam cada vez mais quadrinhos (cujos motivos podem ser a simples falta de dinheiro para bancar o luxo, por não aguentarem esperar publicar em solo nacional e/ou porque não querem pagar mesmo só para sentirem-se levando vantagem, ato que condeno), poucos estão pagando pelo uso de muitos - mais ou menos o que aconteceu com o preço do ingresso de cinema quando as meias-entradas tornaram-se regra.

Neste cenário, vejo a indústria de quadrinhos como algo a sofrer sérias mudanças em bem pouco tempo. Algumas das quais enumero abaixo:
  1. A oferta de quadrinhos pela web não será mais para entrega de um maço de papéis em casa. O internauta/cliente poderá escolher se quer o produto em casa ou se quer ler na tela mesmo, por valores diferentes, claro:

    ____1.1 - A opção de receber em casa não será tão rígida. Ao invés de receber um exemplar de Amazing Spider Man nº XX, o comprador poderá escolher em que papel será impresso (opções fornecidas pela editora, claro), se será a cores ou em P&B e se deseja mais obras junto com o produto até o limite de XX páginas por encadernado (e ainda podendo escolher a capa como uma das edições do encadernado ou uma personalizada segundo uma série de modelos à disposição;

    __________1.1.1 - O custo de impressão por demanda pode ser alto para uma publicação de 24 áginas, então quanto mais páginas o encadernado tiver, mais barato será o "pacote";

    ____1.2 - A opção para ler na tela não disponibiliza o arquivo, mas sim a visualização das páginas na tela por tempo indeterminado ou período estipulado (não sei se o mercado exigiria a diferenciação), sem possibilidade de download.
  2. Quadrinhos estáticos, apesar de não perderem seu espaço nunca (creio), já que há publicações que são verdadeiras obras de arte, começarão a dividir seu espaço com animações das histórias. Não sei se tornar-se-iam desenhos animados, mas certamente não seriam tão estagnados. A conseqüência natural disto é que, para os desenhistas de hoje produzirem a ponto de desenvolver micro cartoons, certamente a produção por unidade estaria bem inferior à de quadrinhos convencionais. Talvez isto seja bom para limitar um pouco a oferta àquilo que realmente vale a pena. Nos EUA a quantidade de comics é absurda, a maioria lixo instantâneo.

Vale lembrar que a possibilidade de animações nem é tão insana assim. Recentemente, no intuito de promover a vindoura saga Civil War, a Marvel fez este vídeo onde enumera os elementos que levaram até os eventos principais da saga. Claro, o vídeo é feito de uma edição dinâmica de imagens estáticas dos quadrinhos, mas ficou muito bom, mesmo que com ar de animação dos anos 70.

As conseqüências de um modelo destes, sem análise de mercado, claro, são:

  • A criação de um banco de dados de clientes até então impensável para as editoras. Neste banco teriam os gostos, histórico, o que o satisfaz e deixa de satisfazer, enfim, tudo o que a editora precisa para agarrá-lo com unhas e dentes e só largá-lo quando a terra o levar;

  • A necessidade de impressão de revistas por atacado seria consideravelmente reduzida, o que gera conseqüente redução de custo logístico (impressão, distribuição, recolhimento de refugos etc);

  • Foco na impressão daquilo que sabe-se que será consumido inteiramente na banca e, presume-se, por pessoas sem acesso à web;

  • Possibilidade, com os micro-cartoons, de amealhar novos leitores. Imaginem a possibilidade de presentear amigos e crianças - cada um no seu mercado - com um cartão com código de acesso temporário ao site. Se o presenteado gostar do que ver, temos um potencial usuário do serviço no futuro, além de um potencial leitor também, já que a produção nesta mídia certamente seria maior e daria os elos de entendimento que o cartoon não conseguiria oferecer. Vale lembrar que, pelo menos no Brasil, a maior dificuldade que a indústria de quadrinhos tem é conseguir criar novos leitores. O grosso desta caldo é o pessoal que começou a ler nos anos 80, o que é perceptível não no envelhecimento de quem segura uma revista na rua, mas nas histórias que a recheiam.

  • A interação entre editora e cliente é muito maior. Desta forma, o cliente passa a sentir-se parte do processo, o que é muito importante e o fideliza. A possibilidade de solicitar a impressão do que quiser, por exemplo, o tira das amarras do sistema se, por exemplo, ele quiser para semana que vem um encadernado de Watchmen na sua casa. E se, por acaso, não quiser flutuar de revista em revista para ler A Era do Apocalipse, ele poderá ter tudo num encadernado só. Claro, as editoras podem ofertar encadernados pré-formatados, dando a idéia ao cliente do que ele pode querer, o que gera demanda maior e reduz custos de impressão.

Bem... o mercado de HQ no futuro, para mim, é este.

Ass.: Fivo



Sempre arriscamos quando fazemos de um texto um exercício de previsão do futuro. Geralmente o futuro chega de um modo que jamais poderíamos imaginar. Quantos de nós acreditavam, em 1998, que o Google seria uma empresa que assusta a poderosa Microsoft?

Já ouvi muita gente dizer que a internet acabaria com as revistas em quadrinhos. Mas tempos atrás muita gente disse que a TV acabaria com o cinema (e com o rádio e com o jornal impresso também). A internet, então, por suas inúmeras possibilidades, parece ser a principal candidata a substituir muitas coisas. Já disseram que ela substituiria até o sexo, por incrível que pareça.

As revistas impressas vão acabar? Não sei, talvez sim, talvez não. Tenho meu palpite de como pode ser o futuro dos quadrinhos, mas sei que toda vez que tentamos enxergar além de nosso tempo, nós colocamos muito de nossos desejos (e nossos medos) nas previsões. O que apresento abaixo é, portanto, uma previsão tendenciosa.

A curto e médio prazo (digamos, nos próximos cinco anos), ainda acho que as grandes editoras (americanas) de quadrinhos ainda vão ficar perdidas e batendo cabeça sem conseguir se entender com a internet, como as gravadoras e os estúdios de cinema têm feito nos últimos anos. Editoras brasileiras (ou o mercado editorial brasileiro, porque podemos incluir aí também os livros, revistas e jornais) ficarão ainda mais tempo perdidas. Mas uma coisa é certa: a internet vai continuar servindo como veículo promocional, seja se forma mais subjetiva (a marca da editora, seus valores e opiniões), seja na intenção direta de venda (publicidade e amostra de produto).

Uma coisa que deve ser entendida é que as editoras de quadrinhos são empresas que vendem um produto físico: o gibi, feito de papel e tinta, distribuído fisicamente por veículos. Sem tocar na questão estética do papel como veículo (já que o Fivo centrou a discussão na questão mercadológica), a materialidade da revista faz com que as editoras estejam envolvidas numa relação simbiótica com empresas gráficas e de distribuição. Mudar ou não a natureza da empresa para que ela deixe de ser uma produtora de material e passe a ser uma produtora de conteúdo será o grande dilema das editoras nos próximos anos (décadas?), um dilema que as empresas jornalísticas já enfrentam há um certo tempo.

Passado esse primeiro período, temos as mudanças realmente significativas. Nesse contexto é importante separar o mercado interno e o externo. Começando pelos gringos, então.
  • As editoras dividem sua área de atuação, criando novas empresas para o novo tipo de conteúdo (não algo totalmente separado, seria algo como a Marvel Films, que tem a função de administrar a produção de filmes ligados à Marvel). Por exemplo, a Marvel.com (que pode ser definida como vitrine da editora física) continua existindo, mas surge a Marvel2web, com o conteúdo específico para internet.
  • O acesso ao conteúdo é pago, através de mensalidades ou micropagamentos (uma idéia defendida e utilizada já hoje por Scott McCloud, mas desacreditada por muitos outros webcartunistas), com previews gratuitos pros visitantes.
  • Ao fim de uma série de histórias (mini-série ou arco) seria dada a opção de compra do encadernado impresso com uma estimativa de preço baseada no potencial de vendas. Se o encadernado for encomendado por mais leitores que o previsto, o preço fica proporcionalmente menor. Se poucos leitores se interessassem, a editora manteria o preço estimado.
  • A editora tradicional faria os projetos autorais para um público selecionado. A diminuição do aspecto mercadológico e o afastamento dos fanboys ajudariam no reconhecimento desse tipo de quadrinho como obra de arte. O produto típico desse tipo de mercado passa a ser a HQ aclamada pela crítica e com baixas vendas, lançada em uma sessão de autógrafos com o autor.

No Brasil, o buraco será mais embaixo.
  • As edições de luxo serão cada vez mais freqüentes. Mesmo com o preço alto, as edições vendem bem e têm espaço garantido na mídia. Algumas das editoras atuais passam a publicar apenas esse tipo de HQ. Outras novas surgem, trazendo edições luxuosas de quadrinhos franceses e japoneses até então inéditos por aqui.
  • Quadrinhos infantis continuam sendo os mais vendidos e mais lidos. Por outro lado, o número absoluto de vendas cai e é cada vez maior o percentual de crianças e jovens que nunca leu uma história em quadrinhos. Apesar disso, o reconhecimento dos personagens de Mauricio de Sousa se mantém estável, graças ao merchandising, desenhos animados e vinhetas para TV e internet.
  • Os quadrinhos mainstream norte-americanos perdem cada vez mais leitores a cada aumento de preço, apesar da boa qualidade das histórias. Muitos dos leitores se tornam consumidores do conteúdo web norte-americano. Depois de alguns anos, se estabiliza uma base mínima de leitores de poder aquisitivo tão alto que não é afetado pelos eventuais aumentos.
  • O mercado começa a ficar mais segmentado, com editoras especializadas em conteúdo de fora, principalmente da Europa (inclusive oriental) e da Ásia, impulsionados pelo estudo crescente desse material em cursos universitários. Com variados graus de sucesso, esse mercado segmentado prolifera, porém somente na classe A.
  • Quadrinistas nacionais se reúnem em cooperativas e publicam seu material gratuitamente na internet. Alguns grupos chegam a publicar revistas bimestrais ou trimestrais, que vendem pouco mas conseguem espaço na mídia. As cooperativas falham economicamente, mas os principais autores são contratados por grandes multinacionais ou empresas de comunicação para fazer trabalhos na TV e na internet. Alguns deixam as cooperativas, outros sustentam o trabalho delas. O material continua gratuito porque ninguém se dispõe a pagar.
  • Alguns fãs reúnem material antigo e novo, nacional e internacional e começam a vender em esquema clandestino. Alguns denunciam a pirataria. As editoras parecem não ligar. A venda atinge somente as classes B, C e D.
  • A internet passa a ser, tardiamente, uma opção às revistas físicas. O consumidor paga por cada leitura e não tem o direito de guardar o conteúdo. As vendas de leitura são um sucesso, principalmente pela comodidade e segurança de não sair para comprar. Começam a surgir rumores de uma rede de leitores que teriam arranjado um jeito de burlar os sistemas dos sites e ler as revistas quantas vezes quiser.
Essas seriam as mudanças de mercado no futuro próximo (talvez uns 15 anos) na minha opinião. Não estou colocando em jogo a questão de conteúdo (o que talvez seja um assunto futuro aqui do AA). Tentei deixar em evidência a questão cíclica dos erros e acertos, tanto do lado dos produtores quanto dos consumidores. Em um olhar realista, não dá pra ser completamente apocalíptico ou integrado; a visão um tanto pessimista do mercado brasileiro é bem razoável, infelizmente.

É claro que os caminhos apontados são apenas uma possibilidade. Querem outra? Em uma linha:
Os mangás vão dominar todo o mercado de quadrinhos do planeta. Fim.

Ass.: JP



Ao ler a descrição desse novo formato comercial dos quadrinhos proposto pelo Fivo e analisado pelo JP, não pude deixar de lembrar que a própria Marvel mantém em seu site uma seção de leitura on line (em Flash, of course). Estão lá pratas da casa, como o Aranha, o Quarteto e o Hulk, ao lado de raridades velhuscas do Pantera Negra e hits de última hora (X-Men: Phoenix End Song). Interessante isto. Tenho por mim que é mais um teste avaliando o interesse público através da contagem de hit-pages do que um cafuné no leitor tradicional de revista em papel que estava navegando por lá à deriva. Aliás, eu diria que é este mesmo o ponto-chave: o tradicionalismo. Essa próxima geração (moleques de 10, 11 anos), apesar de muito mais familiarizada com mundão rái-téqui, ainda não deixou de lado velhos costumes, como ler as tirinhas de um jornal que o pai comprou, ao invés de ligar o computador para fazer isto.

Mas claro, é uma questão de tempo. Está provado que a mídia eletrônica vai devorar a impressa. Vide a revista musical Bizz, muito popular nos anos 80, sepultada pela ascensão da MTV no início dos anos 90 (hoje a revista ensaia um retorno, mas com trajetória errática e capenga, comercialmente falando). E isto em um comparativo papel-impresso/TV. Com a web é tudo ainda mais extremo e agressivo. A própria indústria da TV vai ter de rever seriamente seu papel (ops) no comércio de entretenimento. A Internet, criada como uma rede de comunicação do exército norte-americano, retoma suas raízes militares literalmente destruindo os concorrentes. Que ironia.

Voltando ao formato virtual das HQs, além do material disponibilizado pela Marvel (com algumas boas sacadas de visualização), também teve um semi-preview no dvd de extras do filme Batman Begins. Infelizmente não dá pra conferir nesta imagem estática, mas há uma certa dinâmica de leitura apoiada em pequenos elementos animados, como gotas de chuva caindo e chamas se movendo, além de alguns efeitos sonoros baseados na ação corrente (alternativa bem interessante às já exaustas onomatopéias). Em outras palavras, o produto já existe, assim como o seu nicho de mercado. Resta sincronizá-lo de acordo com a "evolução técnica" do consumidor - inclusive o velhinho ortodoxo que eu citei lá em cima, aquele que acha que revista boa mesmo é Super-Heróis Shell (ou Superman Em Côres) e que herói de verdade é O Judoka.

Que vai acontecer vai. Já está acontecendo. E somos talvez as maiores testemunhas brazucas no assunto (que honra!). Vide o RA, involuntária e imediata referência-mor por estas bandas.

As HQs nem me preocupam muito, são de fácil transição por natureza. E os consumidores vão se adaptar (o que não significa que eles gostarão de se adaptar...). Já os livros e os jornais impressos... serão agraciados com uma "morte lenta".

Deus me livre de morar em um planeta dominado pelos mangás (que me perdoem Katsuhiro Otomo, Kazuo Koike e Osamu Tezuka). Mas é bem provável que estes sejam os futuros sobreviventes dessa digitalização generalizada. Assim como os pocket-books e os pulp noir e faroeste sobreviveram às zilhões de instabilidades do mercado, os mangás (dados o baixo custo de produção e clientela calada, mas fidelíssima) são os candidatos mais promissores a continuar com os pés fincados no "mundo real", ainda que com um nada rentável status underground.


Ass.: dogg

13 comentários:

Luwig disse...

Fivo, seu "utópico" (ou ñ... pelo menos aqui acho que é) mercado de HQs seria algo deveras eficiente e ao que parece, de um custo-benefício sem igual. Confesso que nunca imaginei tal hipótese, mas de cara fui seduzido por seus argumentos.

Na boa? Encomendaria sem pensar duas vezes toda a passagem de Ann Nocenti e J.Romita Jr., pela revista mensal do Demolidor!

Abração.

Marcelo Soares disse...

O mercadode quadrinhos há tempos que não rende mais como esta fincado, precisa de reformulação, e a s editoras nao percebem isso isso, é uma pena. A nossa "adorada" Panin que o diga, colocando personagens que não atraem ninguém, e deixanod de publicar boas coisas que existem...

Fivo disse...

L.U.W.I.G,

Sem dúvida. Por enquanto é utópico mesmo, mas bem te falo que tô pensando e já andei pesquisando gráfica para fazer um estudo de caso clandestino sem fundos lucrativos tão somente para apresentar dados a quem pode e tem direitos de fazer tal coisa.

Marco,

O mercado negro sempre existirá. E acho que é um mal necessário. Meios de distribuição sempre ganharão com novas pesquisas ou formas de tratamento. Quem sabe, no futuro - e bem no futuro - acesso à cultura deixe de ser um privilégio de alguns (aí falam "mas pô... quadrinhos não é tão restritivo assim!", e eu digo "então vê se vc encontra alguém de baixa renda num concerto de Mozart."... e pode crer.... existe interesse) para ganhar conotações de acesso universal, levando ao provedor de cultura outros meios de conseguir seus lucros e afins, como benefícios fiscais e/ou patrocínios por convênio, mas colocando as pessoas no teatro, no cinema e com livros e quadrinhos na mão por um custo justo, acessível e possível. Exemplos disto são os diversos serviços free que usufruímos na web e tiram seu sustento de formas indiretas.

Marcelo,

Taí. Mesmo personagens "sem mercado de banca" - Groo, por exemplo - seriam acessíveis por quem quiser este acesso num modelo com este.

Anônimo disse...

Completamente off-topic:
FIvo, o mail pelo qual vc está se comunicando comigo tá bichado (o q não é surpresa nenhuma, considerando de onde ele é). As msgs sempre voltam. Manda um mail pra mim por algum outro e-mail q vc tenha, ok?

E eu vou escrever meu parecer sobre o tema... Só não sei quando.

Anônimo disse...

Escrevi minha parte sem ler os comentários, mas pelo visto toquei em algumas questões levantadas aqui.

E não acho q a suposição do Fivo seja exatamente "utópica" no bom sentido. Depende de como se olha o q foi colocado. O cadastro de dados por parte das editoras, por exemplo, poderia ser uma coisa terrível. Prova disso é o medo que as pessoas tem do banco de dados cadastrais do Google, o maior do mundo.

Aliás, vou "repercutir" (odeio esse verbo) essa história do Google lá no EQF. Confiram lá daqui a uns dias.

Fivo disse...

Cara... esta última linha é mega-plausível... e digo-vos: se acontecer, provavelmente deixo de ler quadrinhos. Claro... com uma ou outra exceção para confirmar a regra.

doggma disse...

Red Monika... :CP

Newton Nitro disse...

Concordo com as considerações, porém sou mais radical, acho que o formato digital vai ser o único a restar no futuro. Não tem outro jeito!!!

Luwig disse...

"acho que o formato digital vai ser o único a restar no futuro. Não tem outro jeito"

Velho... Eu me nego a uma vida sem quadrinhos em celulose! É vital para minha sanidade ler HQs no banheiro na hora do barro ou simplesmente na rede da varanda!

Fivo disse...

Recentemente a HP desenvolveu algo chamado de papel digital. Uma única folha flexível que consegue servir de "tela", armazenar diversos arquivos e simular a leitura de uma folha de papel comum... talvez tanto tu, LUWIG, quanto tu, Nitro, possam estar certos. Falta é a tecnologia baratear.

Anônimo disse...

Concordo com comentário "profético" do Nitro, mas acho que isso é coisa para uns 20 anos no mínimo.

E, IMHO, acho que a melhor forma de "combater" o mercado pirata (ou ao menos minar suas forças) é tornar o Mercado Oficial mais atraente para o consumidor.

Anônimo disse...

Muito interessante os três textos. Mas tem alguns pontos que deveriam ser levados em consideração.
O maior problema, pelo menos no Brasil, não é quanto as vendas e sim quanto ao custo de impressão. Aquela primeira idéia apresentada de que as pessoas poderam pedir que revistas vão querer, escolhendo o tipo de papel e tudo mais é completamente inviável financeiramente.
Outra solução apresentada e que se já mostrou sem resultados e vender quadrinhos on -line. Quem irá pagar pra acessar um site se pode conseguir uma cópia pirata on-line mesmo? A prova são as gravadoras que tentam vender músicas em mp3.

As gravadoras, editoras e produtoras ainda não perceberam que a internet é uma mídia semelhante (em termos) a televisão e o rádio na questão de acessibilidade. Alguem paga pra ver a Globo ou pra ouvir a Joven Pan? não.

O futuro que vejo para os quadrinhos é mais ou menos o seguinte: Boa parte da produção será oferecida on-line, gratuitamente. Somente os principais títulos conseguiram se manter impressos. As editoras vão ter que se manter com merchandise e espaços comerciais.

Fodaman disse...

De certa maneira isso me assusta. Um mundo aonde só existem mangás impressos... Ou onde as histórias de quadrinhos serão TODAS no PC... Isso me assusta. Meu lado tradicionalista odeia a idéia da Internet, mas meu lado leitor... Irônicamente eu sou um frequentador do RA. Não sei o que pensar. O ideal seria que os quadrinhos impressos voltassem a fazer sucesso, mas isso é impossível. Ou não?